Monday, January 17, 2011

Dando Maior Atenção a Hidrologia no Brasil

Dilma Roussef – Presidenta do Brasil
Praça dos Três Poderes, Palácio do Planalto, 3º andar

Cep: 70150-900, Brasilia, DF

Exma. Sra. Presidenta,

Dando Maior Atenção a Hidrologia no Brasil – Oportunidade para criar a Hidrotecnologia

O Brasil é um país que possui uma dificuldade nata de gerenciar com seriedade a coisa pública.

Acredito que isto acontece porque o poder se transmite entre as pessoas de baixo poder intelectual fáceis de ser manipuladas gerando uma burocracia desnecessária e muita falta de eficiência e valorização da competência dos brasileiros que poderiam fazer mais pelo nosso país. Talvez Vossa Excelência queira mudar esta tendência que piora com o passar do tempo.

Entrei na Embrapa em Porto Velho por Concurso Público em março de 1985 para a vaga de Nutrição Animal em primeiro lugar. Como uma pessoa de alta capacidade de aprendizagem e rendimento escolar nunca me preocupei em assumir posições administrativas e nem fazer amigos aconchavados. Trabalhando na Amazônia mudei o foco da minha pesquisa para o meio ambiente na área de Hidrologia Aplicada me transferindo para Belém.

Estava tentando uma vaga para ir para o doutorado nos EUA e já tinha o TOELF de inglês requerido, mas a vaga era dada para uma pessoa da panela com capacidade tão baixa que não conseguia sequer aprender inglês o suficiente para ser aceito pelas universidades Americana. Esta pessoa então fez o doutorado na ESALQ enquanto eu fui para a Pennsylvania State University nos EUA por quatro anos. Fiquei surpreso ao voltar dos EUA ao saber que tal pessoa era o Chefe Técnico do Centro de Pesquisa da Embrapa na Amazônia Oriental.

Durante o meu PhD nos EUA mandei 5 cartas para a minha própria instituição pedindo dados de chuva para compor uma base de dados o suficiente para o meu trabalho de dissertação. Nenhuma destas cartas foram sequer respondidas e ao voltar dos EUA com o titulo de PhD e honra o mérito só recebi um nível promocional em 8 níveis, apesar de 80% conceito “A”, tese aprovada com distinção, e inclusive o Presidente dos EUA na época, Bill Clinton foi o orador da minha formatura em 10 de maio de 1996.

Nos EUA fiz PhD em Solos com aplicação na área de Hidrologia Aplicada desenvolvendo técnicas de estudo da distribuição espacial das chuva. Na Bacia Amazônica estudei o balanço hídrico espacial, características das estações das secas e das chuvas, e finalmente as anomalias de chuva usando a estatística não paramétrica combinada com interpolação espacial de Kriging e SIG.

Anomalias Climáticas de Chuva

Criei um processo analítico espacial robusto para avaliar as ocorrências de anomalias climáticas de chuva. Detectei uma ocorrência em março de 1960 no Pernambuco em Santa Maria da Boa Vista chovendo 19 vezes acima dos valores centrais, 1337,2 mm onde a mediana registrada era de 73,2 mm. Este evento foi a parte central de uma publicação apresentada numa Conferencia na Florida nos EUA em 1998.

Há uma necessidade de continuar avaliando as anomalias de chuva no Brasil para entender suas características principais associadas com a rugosidade do relevo, distribuição espacial, ocorrência, drenagem da bacia hídrica e quantificação ampla a fim de promover maior embasamento teórico de risco e medidas de prevenção, como está ocorrendo no Rio de Janeiro. Boa parte daquelas encostas poderia estar mais seguras aliviando a intensidade da calamidade pública com enormes perdas materiais e fatalidades.

Drenagem Molecular


Em geral os solos possuem 50% do volume como sólido e 50% ar + água. A água varia de 10 a 45% da parte porosa dependendo do regime hídrico e estrutura física do tipo de solo, por retenção hídrica insaturada, ou seja aderida a superfície das partículas do solo.

Para ocorrer os deslizamento numa encosta, o solo precisa perder a aderência e entrar em flutuação ocorrendo quando toda a parte porosa, cerca de 50% do volume é ocupada por água, se tornando uma massa pastosa que flui sem controle morro abaixo carregando árvores e pedras.

As encostas em áreas criticas de risco poderiam ser protegidas por canais de drenagem molecular removendo apenas 5 a 10% do volume de água evitando a ocorrência da perda de sustentação e flutuamento das partículas de solo. Em palavras mais simples, um metro cúbico de terra na encosta poderia ser mantida estável removendo apenas 5 a 10% do volume em água infiltrada, assegurando as propriedades mecânicas de sustentação.

A drenagem molecular está baseada em princípios hidrodinâmicos que defini e patenteei nos EUA US Pat. 6,766,817. As moléculas de água são drenadas por arraste molecular de aderência a uma porosidade artificial contra a gravidade como um Sifão Insaturado Reversível.

Toda água saturada pode ser removida de solos encharcados com alta eficiência e velocidade a fim de promover melhor sustentação dos solos de encostas, garantindo maior segurança para áreas urbanas e estradas ou outros locais onde há necessidade de evitar catástrofes por deslizamentos. Como na figura anterior, o processo hidrológico pode ser demonstrado em poucos minutos usando um copo de água e um pedaço de papel. Aparentemente simples, não havia ainda como conhecimento científico o entendimento dos princípios hídricos e nem a possibilidade da criação de uma porosidade de geometria definida e controlada para alta transmissão hídrica anisotrópica controlando os poros num sentido de predominância longitudinal.

A ciência de Hidrologia em si não se preocupa em criar ou modelar sistemas de porosidade artificial, pois apenas tem estudado a Hidrologia como ocorre na natureza.

Hidrotecnologia

Proponho a criação da ciência que chamo simplesmente de Hidrotecnologia, ou seja a Hidrologia que tem principal objetivo desenvolver porosidades artificiais para retenção ou transferência de fluidos sob demanda, reversivelmente, com controle molecular para irrigação sob demanda, drenagem molecular, suprimento fluídico, filtragem, adição ou subtração de enérgica cinética no movimento de massas entre forças inerciais e rotativas, e inúmeras outras aplicações em que fluidos precisam ser transferidos de um local para outro usando principalmente as propriedades entre as zonas saturadas e insaturadas

A Embrapa me demitiu depois de investir um milhão de dólares no meu PhD nos EUA, ter uma ‘descoberta cientifica’ a explorar e também ter uma produção cientifica três vezes acima da média dos demais pesquisadores.

Tenho algumas idéias de como desenvolver a Hidrotecnologia e ajudar o Brasil em muitos aspectos da tecnologia hídrica, desde os deslizamentos catastróficos, até os vasos auto-irrigáveis anti-dengues. Acho que os brasileiros merecem um país melhor e um governo mais eficiente e honesto valorizando o nosso talento.

Além de resolver os nossos problemas, poderemos exportar tecnologias e produtos aproveitando esta lacuna técnico-científica. Estou a disposição para discutir o assunto com mais detalhes se houver algum interesse.

Atenciosamente,

Campinas, 14 de janeiro de 2011

Elson Silva, PhD

Av. Dr. Julio Soares de Arruda, 838

Parque São Quirino

13088-300 Campinas, SP, Brazil

Phone 55 *19 3256-7265

Email: el_silva@uol.com.br

c.c: http://dilma-tubarc.blogspot.com/

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